O velho machismo...
Presente na natureza em milhares de espécies de aves, répteis, anfíbios, peixes e em uma espécie de mamíferos chamados de seres humanos. Com um comportamento social de cuidar, dar apoio e lutar até a morte para proteger as suas famílias. A velha e batida história de um pai enfrentando o mundo inteiro para proteger os seus filhos encontra simpatia em qualquer ser humano responsável.
Neste filme, Mel Gibson vive um personagem chamado John Link, que tenta viver há anos no deserto da Califórnia afastado dos erros do passado como o vicio nas drogas, das bebidas e na vida criminosa que o levaram para a prisão. Tudo isso enquanto não consegue parar de pensar na própria filha desaparecida há anos.
Um dia, sua filha liga para ele pedindo ajuda e ele então descobre que ela está sendo perseguida por um ex-namorado mafioso que é capaz de mobilizar até mesmo assassinos profissionais de um cartel para mata-la. E assim o filme se transforma em uma grande perseguição violenta que marca a volta de Mel Gibson ao cinema depois de tantos anos...
E este filme simpático merece um review bem machista...
Herança de Sangue (Blood Father 2016)
Dirigido por Jean-François Richet
Escrito por Andrea Berloff e Peter Craig (Baseado no livro Blood Father de Peter Craig)
O filme abre mostrando as fotos de uma menina chamada Lydia, fotos acompanhadas de reportagens explicando o seu desaparecimento ao mesmo tempo em que mostram a saudade que ela deixou em seu pai. Suas antigas fotos misturadas lado-a-lado com fotos mais novas de pouco tempo antes dela sumir.
Interpretada pela atriz Erin Moriarty, Lydia fugiu de casa com pouca idade e desde então só se misturou com vagabundos. Até que seu namorado Jonah (Diego Luna) lhe pede para cometer um assassinato. Ele segura a arma na mão de Lydia e tenta força-la a matar uma mulher.
Lydia luta e reluta para matar a mulher e então acaba atirando em seu namorado mafioso por puro acidente.
Lydia então decide recorrer ao seu pai que não vê há anos...
Um filme machista sobre defender a família!
Mel Gibson interpreta John Link, um ex-condenado e ex-veterano de guerra que não vê a própria filha há anos. E quando sua filha liga para ele, começa uma aventura para protege-la de um cartel de traficantes.
E embora John tenha problemas com a lei que o impedem de entrar em confusões como porradaria ou mesmo tiroteios, aos poucos ele vai tendo que abandonar os próprios problemas se quiser proteger a filha.
Embora o filme venha a mostrar situações quase absurdas, vale a pena lembrar que é um filme com pé no chão que se leva a sério como drama com cenas de ação bem tensas e uma trama simples, porém satisfatória. John Link trabalha e precisa se manter longe de confusão ou vai parar na cadeia.
Mas aos poucos o filme vai se transformando. Podendo ser comparável a filmes clássicos de Mel Gibson como Mad Max onde a loucura aos poucos vai se tornando natural devido a natureza dos bandidos.
Problemas de familia
John e Lydia tem um abismo familiar entre eles. O passado criminoso de John o mantinha longe da filha. E quando Lydia desapareceu, seu pai simplesmente desistiu da própria vida. Passou a morar em um trailer no deserto e a ganhar a vida como tatuador. E quando Lydia volta para a vida de seu pai, podemos perceber que a vida dele está completamente vazia!
Mas quando os bandidos começam a aparecer para pegar Lydia, John começa a encarar aos poucos o seu passado para dar um futuro para ela.
Isso inclui voltar a falar com o chefão criminoso pelo qual John passou anos na prisão só para descobrir que ele se tornou um socialista. Cobrar sua divida e pegar de volta a sua moto e entrar em contato com um velho amigo da prisão.
Bandidos não são vitimas da sociedade
O namorado de Lydia conseguiu colocar um preço pela cabeça dela mesmo baleado e conseguiu também chamar um assassino profissional de um Cartel de drogas para caça-la. O plano dele segue a risca o manual da bandidagem de pegar a novinha, colocar ela na vida do crime e depois mata-la no caso de ela fazer algo errado. Lydia não significa nada para ele.
Uma triste realidade com que me deparo no meu serviço. Mulher de bandido nunca é mulher livre. O bandido é o dono delas. Mulheres entram para o crime por culpa dos bandidos e depois não podem sair e nem terminar a relação sob pena de serem mortas.
Um bom filme
Por Marcio Strzalkowski
Força e Honra!
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